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O BURRO
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Em tempos existiu um burro
Que se chamava João
Mas vos digo de verdade
Ele burro não era não!
Era esperto inteligente
Só não aprendeu a ler
Fazia tudo
O que o dono mandava
Então porque razão
Burro lhe chamava?
Se lhe punham
Carga a mais...
Ele de tão pesado
Em vez de andar
Ficava sempre parado
Muito casmurro
Se punha a zurrar
O pobre do burro
Puxava-o pela trela
Pró caminho seguir
Mostrava os dentes
Se punha a rir
Nem prá frente
Nem pra trás
Dali não saía
Cada vez mais se ria
O pobre do burrico
De tão cansado
Dobrava os joelhos
Ficava deitado
Um certo dia...
O dono para o castigar
Lhe atrela a carroça
E toca a carregar
De tão carregado
Pina a carroça
Ficou pendurado
Desta, como me vou livrar
Pensava o pobre do João
De patas no ar
Sem tocar o chão
Ali o burro...
Não era ele de verdade
Mas quem o carregou
Sem dó nem piedade
Aquela carga
Teve que se tirar
Para ele poder
A carroça puxar
O burrico de contente
Lá seguiu em frente
E pelo caminho
Em gesto
De agradecimento
Sacudia o rabo
A todo o momento
Se lhe chamavam burro
Sabia que era com ele
Se lhe chamavam João
Logo dava atenção
Por isso nome de burro
Não devia ter não!
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Maria Alda C. Ferreira
Alda Ferreira
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