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MÃE  NEGRA  

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Para criar teu filhinho

Passaste sofrimento e dor

À custa do teu trabalho

Na tua luta com teu suor!

Trabalhavas tantas horas

Tão pouco ias ganhar

Para que ao teu filhinho

O pão não lhe fosse faltar

Tu que eras escrava

De grandes senhores

Até os pés lhes lavavas

Mas o fazias por amor!

Por amor à tua criança

À margem da lei estavam

Em teu rosto mãe negra

Grossas lágrimas rolavam!

Mãe negra as crianças que criaste

Que afinal tuas não eram

Tão bem delas cuidaste

Salário tão baixo te deram!

Tua pele escura com a branca

Não se podia misturar

Finalmente chegou a hora

Mãe negra de te libertar!

Tua pele é escura

Teu sangue é vermelho

Igual a qualquer outro na cor

Deus não faz distinção

Por ti tem muito amor!

Eu distinção também não faço

Nem de raça nem de cor

Todos nós somos irmãos

E nos devemos abraçar

Neste mundo com amor!

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Maria Alda C. Ferreira