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QUADRAS   SOLTAS

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Gosto muito dos teus olhos

Ainda gosto mais dos meus

Pois se não fosse os meus olhos

Não podia ver os teus.

Não digas mal de uma alma

Que já foi tua

Se é por ódio basta

Se é por amor continua.

Tira as setas do meu peito

E deixa o sangue escorrer

Se por mim não sofres

Deixa-me por ti sofrer.

Não chores na minha ausência

Nem na minha despedida

Chora só quando te disser

Adeus para toda a vida.

O passado não volta

Mas faz sofrer

Sentir a revolta

Querer esquecer.

Se vires o céu nublado

Não penses que vai chover

São apenas os meus olhos

Mortinhos por te ver

És estátua imponente em pedestal

De mármore branco cinzelada

Por fora és linda de beleza sem rival

Por dentro és pedra bruta sem nada.

Nunca te esqueço

Em segredo te espero

Com ternura te amo

E com saudade te quero

O amor nem sempre é belo

Nem sempre é mágico

O amor não correspondido

Pode ser trágico. 

Maria Alda C. Ferreira