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REALIDADES

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Hoje ao ver os passarinhos

No meu quintal a voar

Tão alegres e despreocupados

Isso me fez pensar!

Porque nós não somos assim

Nós que somos pobres mortais

Nossa vida tão preocupada

A eles não somos iguais!

Eles voam livremente

Comem sem semear

Água também têm

Para a sede saciar

Onde querem constroem ninhos

E vivem assim os passarinhos!

Nós se construirmos casa

Não nos vão mais largar

E durante toda a vida

Imposto temos que pagar!

Para circular na estrada

Se paga a circulação

Se paga também imposto

Sobre a nossa alimentação!

A água que não é de ninguém

Não se devia pagar

Deus a dá para todos nós

Do céu a vai mandar!

Passas pelas portagens

Sempre as tens que pagar

Assim há tantos anos

É um nunca mais acabar!

As casas bem situadas

Onde o sol entrasse mais

Também queriam que se pagasse

Imposto pelas quais

Ainda não se lembraram

De imposto nos fazer pagar

Pelo ar que circula

O qual vamos respirar!

Em tudo pagamos impostos

Que mais irão inventar

Não fica por aqui não

Irra que isto é demais

É mesmo uma aberração!

Deixai-me olhar os passarinhos

Que me vão alegrar

Esquecer este mundo perverso

E quem nos anda a roubar!

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Maria Alda C. Ferreira