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A LINDA CATARINA
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Andava a linda ceifeira
Pelos campos a ceifar
Em dias de sol tão quente
Sempre, sempre a trabalhar!
Era linda muito linda
Como o sol que brilhava
Por entre os trigais
Vida difícil pouco ganhava
Assim tão mal tratada
Já não podia mais!
Decidiu pedir mais salário
Justiça paz e pão
Tudo isso lhe negaram
Era o tempo da opressão!
Como podia sobreviver
Com três filhinhos que tinha
Como lhes daria de comer?
Todas as ceifeiras
Se sentiam oprimidas
Grande era a exploração
Mas foi ela quem falou
Pedindo trabalho e pão!
Os patrões não cederam
Tinham por seu lado
Essa polícia do Estado!
Esse tenente da GNR
Que se chamava Carrajola
Sem dó nem compaixão
Lhe desferiu um tiro no peito
Por ela pedir trabalho e pão!
Nesse preciso momento
Tinha um filhinho ao colo
Mas esse homem ruim
Não se foi importar
E ali a foi matar!
Todo o Alentejo chorou
E nunca será esquecida
Catarina Eufémia
Essa jovem destemida!
Ficaram três filhinhos sem mãe
Tinha apenas 26 anos de idade
Esse homem sem coração
Cometendo tal barbaridade!
Quem viveu o salazarismo
Para sempre se vai lembrar
Dessa linda Catarina
Que assim foram matar!
Catarina linda Catarina
Catarina de Baleizão
Todo o Alentejo
Te tem no coração!
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Maria Alda C. Ferreira
Alda Ferreira
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